
Silo | Review da 1ª temporada
O meu primeiro contato com Silo veio através de um clube de leitura há uns dez anos atrás. Lembro que eu não tinha gostado do jeito que o autor, Hugh Howey, escrevia. Tudo era muito devagar… É que eu era jovem e não entendia que aquela lentidão fazia parte da construção do terror que é ter que viver profundamente abaixo da terra, sem memórias e sem saber o que o mundo lá fora guarda. Essa é a premissa do livro, essa é a premissa da série da AppleTV+, protagonizada por Rebecca Ferguson.

Sobre Silo
Milhares de pessoas vivem em um gigantesco cilindro no subsolo há mais de cem anos. Eles não sabem quem ou o que os colocou ali. Só sabem que fora do Silo não é seguro. Algum dia será, mas esse dia ainda não chegou. Ninguém é proibido de sair, mas ao dizer que quer sair, não poderá retirar o pedido. E foi assim que Alison, esposa do xerife Holston, acabou morrendo e desencadeando um efeito dominó de suspense e descobertas sobre a história daquele lugar.
Depois que Allison morreu, Holston nunca mais foi o mesmo e eventualmente pede para sair. Só que, recentemente, ele tinha lidado com um caso trágico de provável suicídio de um agente da área de TI. E eu digo provável porque é aí que conhecemos nossa protagonista, Juliette Nichols (Rebecca Ferguson). Juliette acredita que George, do TI, tenha sido assassinato. A investigação em conjunto com o xerife, coloca ela como sua indicação direta à posição de Holston após sua morte. E, com Juliette como xerife, a trama se aprofunda em uma busca incessante pela verdade.

Quem procura, acha
Silo é uma série que te conquista sorrateiramente. Os primeiros episódios te localizam na complexidade do que é o Silo, te inserem na teia de segredos de uma forma mais detalhada e te apresentam a estrutura política do lugar. Se a princípio eu vi aquela lentidão que percebi na leitura, ela se perdeu bem rápido, e várias perguntas começaram a surgir na minha cabeça.
Acho que, para mim, Silo precisava de visão, de tela, porque eu tive muita dificuldade de imaginar o lugar, de montar o quebra-cabeça físico daquela estrutura, durante a leitura. Assim, combinando os dois, páginas e tela, a história me pegou muito mais rápido e, quando Juliette chega ao lugar de destaque na trama, eu já estava comprometida em descobrir a verdade sobre tudo aquilo com ela. Ninguém solta a mão de ninguém.




Cada pessoa no Silo é essencial
Essa é a premissa para convencer que todos ali precisam permanecer ali porque imaginem uma evasão em massa? Seria o fim do Silo. Cada andar, ou levas de andares, tem uma função específica. Médicos, escola, fazendas, tecnologia, judiciário. O que acontece então quando Juliette percebe que ser essencial para aquele lugar não é tão importante quanto descobrir a verdade? Descobrir e expor.
A primeira temporada gira em torno desse mistério, de inúmeras perguntas que culminam numa sequência interessante de plot twists, alguns previsíveis e outros nem tanto. Por outro lado, a temporada entrega pontos de drama familiar, romance e ação em doses bem equilibradas, funcionando muito bem.
O jeito como a season finale termina é agustiante, muitas outras e maiores perguntas aparecem na mente do público e são acompanhadas de outras mais dentro do Silo. Ela deixa a vontade de continuar assistindo a trajetória de Juliette como uma boa série deve fazer. Sem falar que com o final daquele jeito, o que será do Silo já extremamente desestabilizado? Eu, definitivamente, aguardo cenas dos próximos capítulos.
Disponível em: AppleTV+
